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26 de Abril de 2024

Blockchain, a verdade que nunca foi dita

Publicado por Akin Tec
há 4 anos

O blockchain nada mais é do que um banco de dados público mundial, onde podemos interligar todos os participantes de um documento, publicação, transação e etc através de um processamento múltiplo de servidores descentralizados, esse processamento garante que seja imutável a modificação de um dado.

Mas o que todas estas palavras complicadas tem relação com a desigualdade?

Uma das antigas questões que nos levaram a democracia foi a centralização de poder acumulado por poucas empresas, pessoas ou governos, com a democracia continuamos encontrando alguns problemas que já eram presentes nas gestões anteriores e que seguiram se ampliando no desenvolvimento democrático, questões como a informalidade e a dificuldade dos governos em controlar e monitorar as informações de indivíduos e empresas continuaram aumentando e com a globalização, os dados começaram a ser o ativo mais valioso do mercado, não obstante os bancos brasileiros mesmo sendo considerados os mais seguros do mundo computavam fraudes anuais crescentes acima de um bilhão de reais, podemos aferir que as instituições financeiras brasileiras tem em média um prejuízo em fraudes de até 40% em comparação com a média da sua margem de lucro anual.

Devido a um spread equivalente ao número percentual do prejuízo e uma dívida junto a união que chega a cerca de 124 bilhões de reais, não poderíamos destacar que um banco de dados público que cobrisse toda e qualquer transação bancária poderia ser de toda ajuda para instituições financeiras, pois se de um lado, o processamento descentralizado ofereceria uma proteção no combate às fraudes, por outro, escancararia diversas sonegações entre outras ações ainda bastante subjetivas e pouco observadas pelo Banco Central.

Após ilustres casos escandalosos dos principais unicórnios americanos no uso indevido dos dados dos seus usuários, vimos uma crescente evolução das leis de proteção de dados na ásia e europa e com isso a abertura dos serviços bancários, sendo este último uma das principais questões que historicamente forçaram a formalização dos negócios, afinal ninguém quer guardar dinheiro em colchões.

Por fim, vimos recentemente a briga do concentrado setor bancário e varejista reclamando de um suposto cartel das transportadoras de valor, assim como um lobby poderoso de investidores estrangeiros exigindo legislações que proibam os bancos de atuarem neste mercado, sendo que os bancos já são os principais donos das grandes fintechs, dos meios de pagamento, das adquirentes, das assets, enfim de todo o mercado financeiro.

Como podem perceber a “guerra dos cartéis” ainda não tem data para acabar principalmente em um mercado cada vez mais offshore onde as divisas se evadem sem qualquer controle, um excelente exemplo desta engenharia está na lava jato, onde uma das empreiteiras comprou um banco em um paraíso fiscal para gerenciar e monitorar suas operações estruturadas, é evidente que transparência e descentralização são palavras que não combinam com estes modelos de negócios mesmo que sejam sinônimas de boa governança e garantias aos investidores, sabemos que assim como outros direitos estas obrigações só poderão ser cumpridas de fato se exigirmos legislação, regulamentação, supervisão e multa. Um bom exemplo desta inércia, é a ineficiência na disponibilização dos dados via apis, conforme exigido pela lei geral de proteção de dados ratificada em agosto de 2018.

O que vemos são ações midiáticas, performances em palestras, simpósios e "lives" como leviana demonstração do suposto interesse em dialogar sobre o assunto, sendo que para este assunto não cabe mais discussão e sim cumprimento legal. O blockchain nada mais é do que um direito, direito à transparência, todo direito existe para trazer uma proteção, os erros que ainda ocorrem, são comuns como em qualquer outro sistema, podem ser corrigidos esão facilmente possíveis de serem detectados e, não correspondem à 10% das fraudes que ja ocorrem no sistema financeiro nacional, porém quando o assunto é tecnologia os lobistas brasileiros conseguem dar um baile até nas economias desenvolvidas que criaram o exemplo da boa governança, mas não se desiluda a democracia existe no Brasil a apenas 3 décadas e ja existem hoje mais fintechs do que instituições financeiras, fenômeno que ocorreu nos últimos 3 anos, com isso um novo lobby pode existir para combater estes cartéis e demonstrar que tecnologia é meio e não fim, se o dinheiro e os dados são nossos e estas instituições lucram com o que é nosso, deveriam ao menos cumprir sua finalidade existencial: nos servir e atuarem com transparência e não continuando a nos humilhar quando tentamos abrir uma conta, obter crédito ou uma taxa de juros legalmente moral.

Autor: Leandro Dias - fundador da Akintec - openbanking em blockchain

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